Aqueles que são mais sexualmente ativos, no entanto, são mais propensos a sofrer com a infecção.
“São vários fatores que contribuem para isso. Um deles é que o pH do sêmen (quando não há uso de preservativos) é básico, enquanto o da vagina é ácido. Essa mudança na área genital predispõe infecções vaginais”, explica Vanessa Machado, ginecologista do Vera Cruz Hospital.
A médica acrescenta que, para mulheres sintomáticas, a relação sexual pode piorar o quadro por causar dor, já que a área costuma estar inflamada.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a candidíase é uma das infecções fúngicas mais comuns em todo o mundo, afetando tanto homens quanto mulheres de todas as idades.
Segundo dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos, a candidíase afeta cerca de 75% das mulheres em algum momento da vida. O quadro pode ocorrer em outras partes do corpo, como boca, garganta, esôfago, pulmões, corrente sanguínea e pele. É importante buscar tratamento adequado para evitar complicações.
A ginecologista explica que é possível diagnosticar a candidíase pelo exame clínico, mas o melhor é somá-lo ao exame que é chamado de bacterioscopia de secreção vaginal.
“É um exame no qual colhemos corrimento numa lâmina e faz uma avaliação daquela secreção a fresco no microscópio. Tem algumas culturas também de secreção vaginal que nos auxiliam a confirmar se o fungo é o Candida albicans”, aponta Vanessa Machado.
Sintomas da candidíase
Entre os sintomas da infecção por Candida albicans, estão:
– Coceira;
– Vermelhidão;
– Corrimento vaginal ou peniano;
– Dor durante a relação sexual ou ao urinar.Diferença entre candidíase e DSTs
A candidíase, como explicado acima, não depende do contato sexual para surgir.
Já DSTs como a herpes genital e a clamídia são causadas por vírus e bactérias, respectivamente, que podem ser transmitidos através do contato sexual.
A herpes genital causa feridas dolorosas na área genital e pode ser transmitida mesmo quando não há feridas presentes. No caso da clamídia, a infecção bacteriana pode causar sintomas como dor ao urinar, corrimento e dor abdominal em mulheres, mas pode não causar sintomas em alguns casos.
Ambas as DSTs podem ser tratadas com medicamentos prescritos por um médico. É importante lembrar que a prevenção é a melhor maneira de evitar a transmissão de DSTs, e isso pode ser feito através do uso de preservativos em todas as relações sexuais, além da realização regular de exames para o diagnóstico e indicação de tratamento adequado.
Fatores de risco
Entre os fatores de risco mais comuns, estão:
– Higiene não adequada, o que cria um ambiente úmido e sujo, propício para que o fungo se reproduza;
– Uso indiscriminado de antibióticos, que aumentam o risco de resistência ao tratamento;
– Imunidade comprometida, por facilitar que infecções diversas, incluindo a candidíase;
– Gravidez, já que alterações hormonais durante a gravidez podem aumentar o risco de candidíase;
– Diabetes não controlada, pois o excesso de açúcar no sangue pode criar um ambiente ideal para o crescimento do fungo.
Tratamento para candidíase
“Quando há uma infecção aguda, muito sintomática, o melhor tratamento é via vaginal, que é o que melhora e dá alívio mais rápido para os sintomas”, aponta a ginecologista Vanessa Machado.
Os citados pela médica incluem cremes, loções ou supositórios que são aplicados diretamente na área afetada e geralmente contêm ingredientes ativos, como clotrimazol, miconazol ou tioconazol, que aliviam os sintomas.
Para casos considerados mais graves, existe a opção de medicações orais antifúngicas em forma de comprimidos ou cápsulas.
Antes de aderir a qualquer tipo de tratamento, no entanto, o melhor é procurar um médico para um diagnóstico e orientação adequada. Isso pode evitar que os remédios – tópicos ou orais – sejam utilizados de forma incorreta, aumentando o risco de não curar a infecção ou causar outros problemas.
Prevenção da candidíase
O primeiro passo para prevenir a candidíase é manter a área íntima limpa e seca. O acúmulo de umidade e sujeira podem favorecer o crescimento do fungo.
Também é importante evitar o uso de sabonetes e produtos de higiene agressivos e muito perfumados, que podem irritar a pele e perturbar o equilíbrio natural das bactérias e fungos na região genital.
Outra medida simples é usar roupas íntimas de algodão, um tecido respirável que ajuda a absorver a umidade e manter a área genital seca.
Fazer sempre o uso correto de antibióticos (não se automedicar e tomar conforme a prescrição médica), também é importante para não desenvolver resistência aos medicamentos, o que torna mais difícil o tratamento.
Para quem sofre de diabetes, controlar o quadro também é necessário para evitar infecções, já que, como citado anteriormente, o excesso de açúcar no sangue pode criar um ambiente ideal para o crescimento do fungo.