“Fazer minha primeira novela, no horário nobre, com uma obra de relevância histórica como Pantanal, já não é uma coisa simples, ainda mais no meio de tantos atores consagrados que eu passei a minha vida toda admirando. Não é brincadeira. É muita responsabilidade e entrega absoluta. Eu me dediquei muitos anos pra viver o que estou vivendo hoje”, fala.
Marcela Fetter
Pupin + Deleu
Nascida em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, Marcela saiu da cidade natal aos 16 anos para estudar Artes Cênicas em São Paulo. Na época, não deixou com que as dificuldades a fizessem desistir. “Trabalhava como modelo para me sustentar, passei por muito perrengue, morava numa casa com 30 modelos, cheguei a pegar nove ônibus por dia para ir a testes. Mas sempre tive meu foco na atuação, estudava e me dedicava muito”, lembra.
Marcela estreou na televisão em 2015, quando viveu a lutadora Paula em Malhação: Seu Lugar no Mundo. Três anos depois, ela participou da série Se Eu Fechar os Olhos Agora como Cecília, uma das mulheres que mantinham um caso com Renato (Enzo Romani).
“Eu nunca deixei o rosto bonito me definir, desde muito nova eu tinha essa consciência, queria mostrar que eu era muito mais que isso, então isso sempre foi só mais um motivo pra eu querer evoluir no meu ofício. Nunca descansei”, enfatiza a atriz sobre a transição de modelo para atriz. Com a projeção de Pantanal, ela brinca sobre ser parada nas ruas, “já até respondo como Érica ou jornalista (risos)”. Confira o bate-papo na sequência!
É a sua primeira novela em horário nobre, rolou nervosismo, autocobrança?
Dá frio na barriga e borboletas no estômago. Fazer minha primeira novela, no horário nobre, com uma obra de relevância histórica como Pantanal, já não é uma coisa simples, ainda mais no meio de tantos atores consagrados que eu passei minha vida toda admirando. Não é brincadeira. É muita responsabilidade e entrega absoluta. Eu me dediquei muitos anos pra viver o que estou vivendo hoje. Abracei a oportunidade com afinco e fiz meu trabalho com confiança, ouvido aberto e muita atenção. Vivi muita coisa com a Érica antes da primeira cena ir ao ar, tentei entender ela de todas as formas, o porque de ela sentir e falar cada fala, mergulhei no universo da personagem e isso fez eu me nutrir ao máximo para dar vida a ela. Então a “espera” foi de muito trabalho e pouco tempo pra ansiedade entrar.
Você gravou no Pantanal, como foi a experiência no bioma?
Não conhecia o Pantanal ainda, fiquei um mês agora lá gravando. Foi uma das melhores experiências que já vivi, além da experiência que tivemos de convivência, já que o elenco dormia junto, tomava café da manhã junto, almoçava junto, gravava junto (risos), tive muitos momentos de conexão comigo mesma, lugar especial pra se ouvir, se entender, sem influências externas. Foi muito importante pra mim e inesquecível. Tudo pra mim era fascinante, a quantidade de bichos, de natureza e de vida, era uma coisa surreal!
Irandhir Santos como Zé Lucas e Marcella Fetter como Érica
Globo/João Miguel Júnior
Você assistiu a versão anterior com a atriz Gisela Reimann? Ou preferiu não ver para influenciar? Como foi a composição da personagem?
Não assisti, porque já sabia que seria uma Érica bem diferente, pela época e até pelas pautas e assuntos que o autor trouxe no texto atual. Então pra não ter nenhuma influência, preferi criar a personagem do zero, trazendo essa autenticidade da Érica, essa personalidade curiosa, que se sente à vontade em pouco tempo (risos), corajosa e alegre. Assisti também muito documentário sobre o garimpo, sustentabilidade e cenário atual do Pantanal, que são pautas que ela traz com muito domínio em cena.
Assim como a jornalista Érica, também considera-se aventureira? Qual foi a sua maior aventura?
Com certeza é uma das minhas maiores semelhanças com a Érica, amo uma aventura, uma mudança, um desafio, gosto de sair da minha zona de conforto. Quando olho pra trás, fico admirando a coragem daquela menina de 16 anos que saiu de Rio Grande, para morar numa cidade grande, como São Paulo, sozinha, para estudar artes cênicas e ir atrás dos seus sonhos.
Você começou como modelo aos 17 anos, certo? Como foi essa transição para a dramaturgia?
Cheguei em São Paulo com 16 anos para fazer faculdade de Artes Cênicas e trabalhava como modelo para me sustentar, passei por muito perrengue nessa época, morava numa casa com 30 modelos e cheguei a pegar nove ônibus por dia para ir a testes. Mas sempre tive meu foco na atuação, estudava e me dedicava muito. Quando me formei no Célia Helena, fui chamada pra fazer Malhação em 2015.
Marcela com Nicolas Prattes em Malhação
TV Globo
Muitos modelos sofrem preconceito assim que entram na TV, você passou por algo?
Eu nunca deixei o rosto bonito me definir, desde muito nova eu tinha essa consciência, queria mostrar que eu era muito mais que isso, então isso sempre foi só mais um motivo pra eu querer evoluir no meu ofício. Nunca descansei, já fiz diversos cursos de diferentes métodos, imersões, preparação individual, terminei uma faculdade, comecei outra, sempre me desafiando e saindo da minha zona de conforto.
Marcela e o noivo
Reprodução/Instagram
Você é noiva do Rodrigo Lima, fundador do Mahamudra. Ele te acompanha em Pantanal, como é a relação de parceria entre vocês?
Rodrigo é a pessoa que mais convive comigo, que mais vê minha dedicação e paixão pelo que faço. Ele sabe a seriedade que levo isso e o quanto tudo isso é importante pra mim, me apoia e admira meu trabalho.
Pantanal é uma febre, já foi parada na rua para falar da trama?
Estão me parando bastante na rua, já até respondo como Érica ou jornalista (risos), mas pra falar do casal, da gravidez, da química de milhões, mais da história de Erica e Zé Lucas mesmo. É uma delícia receber esse carinho!