Novos ventos sopram no mercado da moda. Eles vêm dos países nórdicos, mais especificamente da Copenhagen Fashion Week, que aconteceu entre os dias 09 e 12 de agosto últimos. Para desfilar na semana dinamarquesa, as marcas precisam seguir um estrito código de conduta sustentável, composto por 18 itens. É um checklist alinhado com as melhores práticas internacionais e que vem influenciando empresas do mundo todo a reduzir os impactos sociais e ambientais de seus negócios.
Uma das exigências é que as marcas precisam ter, no mínimo, metade da coleção certificada e feita de materiais sustentáveis (reciclados, produzidos a partir de estoques mortos ou com materiais tecnológicos) e informar seus clientes sobre suas estratégias de sustentabilidade na loja ou no site. Também precisam oferecer serviços de reparo para peças que possam ser danificadas, além de revenda e aluguel looks.
Para desfilar, também têm de provar que os empregos gerados por elas são seguros, sem trabalho infantil. Outro foco deste checklist é diminuir as sobras de estoques, o que pede uma mudança na linha de produção, fazendo com que ela aconteça sob demanda.
Outro ponto não obrigatório, mas altamente recomendado da Copenhagen Fashion Week é que as marcas precisam ter um design inclusivo para diferentes corpos e incluir essa diversidade em seus casting. Peles de animais, claro, estão proibidas, assim como o uso de embalagens de plástico. Todos os produtos devem ser embalados em materiais recicláveis ou reciclados e o carbono emitido pelas apresentações precisa ser compensado.
Tais exigências resultam em looks cool e despretensiosos, que se traduzem em acabamentos com aspecto artesanal: aplicações, tie-dyes, franjas, tecidos dévorés, gastos, desfiados ou cortados a fio. Aqui uma seleção das produções mais emblemáticas apresentadas durante a semana.
A moda nórdica traz também a vontade de usar o extra size, traduzindo um pouco a postura tranquila do povo eslavo, que, refletida na estética, pede peças confortáveis e com design limpo. O que pode estar acontecendo com uma nova parcela da população mundial. Não é a toa, que se via agora em Copenhagen compradores de grandes magazines americanos e europeus.