“Há um mês, quando não havia muita informação, fui uma das 3 mil pessoas no mundo que contraíram a varíola dos macacos. Quero compartilhar com vocês essa minha experiência para ajudar outras pessoas e porque ainda há muitos estigmas, que sou contra.
Tudo começou quando eu estava na Semana de Moda de Milão, em junho. Antes disso, já havia viajado a Paris e a outros lugares do mundo. Passei a sentir sintomas, como fortes dores de cabeça e febre, por dois dias. Cheguei a fazer o teste de Covid-19, mas deu negativo. Só que depois do resultado, encontrei uma lesão no dedo.
Olhando posts no Instagram sobre a doença, pensei que meu quadro poderia ser de varíola dos macacos. Nesse momento, liguei para os meus médicos e, no terceiro dia de sintomas, estava no pronto-socorro com o diagnóstico positivo. Quando recebi a confirmação, fiquei muito assustado, principalmente pela falta de informação disponível na época. Senti muito medo.
Após a internação, as lesões aumentaram e se espalharam pelo meu corpo. O rosto foi a única parte que não foi tão atingida. Também tive um quadro de desconforto abdominal e dor nas costas. Definitivamente, eu me sentia doente e fraco, mas os profissionais estavam bem atentos ao meu caso, já que na época Milão registrou 70 pessoas infectadas.
Dependendo da gravidade do caso, você pode ser medicado. No entanto, a recomendação geral é procurar uma alimentação equilibrada e hidratação para fortalecer o sistema imunológico. Se eu pudesse deixar um conselho, seria para não ficarem com medo, mas sim conscientes. O contágio não acontece apenas em relações [sexuais], mas também por outras formas de contato físico.
No TikTok, o vídeo que publiquei contando sobre o meu diagnóstico recebeu quase 12 milhões de visualizações. A maioria dos comentários eram de suporte, mas também recebi mensagens homofóbicas e desagradáveis. Sendo sincero, eu não sei como peguei. A doença não escolhe orientação sexual. Absolutamente todos estão correndo risco. Nenhuma doença deve causar vergonha ou estigma. O meu maior intuito é deixar uma informação útil para todos e a mensagem de que tudo ficará bem.”
Maxim Sapozhnikov compartilhou sua luta com a Monkeypox em suas redes sociais. Veja algumas fotos abaixo.