‘Mulheres, nunca deixem ninguém dizer que a sua melhor fase já passou’, declarou a atriz de 60 anos, ao receber a estatueta de Melhor Atriz por ‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’.
Um levantamento feito pela Folha de S. Paulo aponta que a média das artistas indicadas ao Oscar vem aumentando gradativamente nas últimas cinco décadas. De acordo com a pesquisa, na década de 1970, a média foi de 36,1 e em 1980, o número saltou para 39,4. Já nos anos de 1990, a taxa foi para 39,9.
A média ultrapassou os 40 anos nos anos 2000 e entre 2011 e 2020, quando o índice chegou aos 43,1 anos. No entanto, somente na cerimônia de 2014 as cinco atrizes indicadas ao prêmio tinham mais de 40.
A atual década promete ser promissora. Na cerimônia do último domingo (12), Ana de Armas, de 34 anos, foi a mais jovem entre as indicadas de Melhor Atriz. A disputa contou ainda com Cate Blanchett (‘Tár’), aos 53 anos, Michelle Williams (‘Os Fabelmans’), de 42, e Andrea Riseborough (‘To Leslie’), de 41.
Esses números reforçam o etarismo e a desigualdade na forma como homens e mulheres são vistos e valorizados na indústria cinematográfica. A média masculina sempre foi mais alta que a feminina e em 1970, era de 43,6 anos. Em 2021, eles alcançaram a maior média, de 52, com a indicação de Anthony Hopkins, que venceu o prêmio de Melhor Ator por ‘Meu Pai’ aos 83 anos.
Apesar de seu discurso de inclusão, o Oscar ainda falha no fator diversidade. Na história da premiação, Halle Barry é a única artista negra com uma estatueta de Melhor Atriz e nunca houve mulheres vencedoras na categoria de Melhor Fotografia.