O parlamento francês aprovou, na passada quinta-feira, um projeto de lei que prevê sanções para os produtos de ‘fast fashion’, vendidos por empresas como a chinesa Shein ou Temu. O objetivo, segundo a agência de notícias Reuters, é ajudar a compensar o seu impacto ambiental.
O projeto de lei foi apresentado pelo partido de Emmanuel Macron, o Horizons, e aprovado em unanimidade.
O projeto de lei, que ainda terá de ser aprovado pelo Senado francês, prevê uma taxa ecológica de cinco euros por peça, que aumentará para dez euros até 2030. Esta taxa não pode exceder 50% do preço de uma peça e as receitas serão utilizadas para subsidiar os produtores de vestuário sustentável. Foi ainda aprovada a proibição de publicidade a este tipo de produtos.
“O setor têxtil é a indústria mais poluente”, afirmou Anne-Cecile Violland, deputada do Horizons. De acordo com a deputada, “o setor é responsável por 10% das emissões de gases com efeito de estufa e é um dos principais poluidores da água”. Só a Shein, a título de exemplo, produz “7.200 novas peças de vestuário por dia”.
A medida surge numa altura em que o mercado francês foi inundado com roupas baratas importadas, enquanto várias marcas nacionais declararam falência.
Com esta votação, França torna-se o primeiro país do mundo a “legislar para limitar os excessos do fast fashion”, declarou Christophe Bechu, ministro da Transição Ecológica, à AFP.
Em declarações à Reuters, a Shein garantiu que as roupas que produz satisfazem uma procura existente, o que permite que a sua taxa de peças de vestuário não vendidas se mantenha consistentemente em apenas um dígito, enquanto os operadores tradicionais podem ter até 40% de desperdício.