Na última semana, o jornal O Globo anunciou que o cineasta paulista José Eduardo Belmonte, diretor dos longas A Concepção, Alemão e da série Carcereiros, será o responsável em levar as obras de Ignácio de Loyola Brandão para o cinema. São elas Dentes ao Sol (1976) e O beijo não vem da boca (1985).
“O José Belmonte me procurou mais recentemente com um livro meu na mão. Era Dentes ao Sol, minha obra favorita”, conta o imortal da Academia Brasileira de Letras. “Ele disse que queria fazer um filme da obra. Assinamos um compromisso e ele está começando a trabalhar em levantamentos, produção e procurando uma pessoa para trabalhar comigo no roteiro”, completa.
O autor revela que nunca trabalhou com roteiro na vida e que se diz emocionado por embarcar nesse novo formato, ao lado de Belmonte. “Quando vim para São Paulo meu sonho era ser roteirista e diretor de cinema na Vera Cruz. Comecei a vida como crítico de cinema. Com o tempo, reciclei o sonho porque descobri a literatura e parti para a literatura direto”, comenta.
O escritor de 86 anos, já publicou mais de 40 obras, traduzidas em diversas línguas e comandou redações de importantes jornais brasileiros e foi diretor da “CADERNO DE MODA” Brasil entre os anos de 1990 a 2004. Em 2021, foi eleito personalidade literária pelo Prêmio Jabuti e agora se prepara para colocar em prática um antigo desejo, que é trabalhar com cinema. “Me junto ao jovem Inácio para retomar um velho sonho, o sonho original”, conclui.