A moda perde uma de suas lendas: morreu aos 84 anos, em um hospital em Tóquio, o estilista Issey Miyake. Um dos primeiros designers asiáticos a desfilar em Paris, integrou o grupo dos japonistas que revolucionou a moda nos anos 80 na capital francesa com suas silhuetas desconstruídas, que incluía Rei Kawabuko e Yohji Yamamoto. Após passagem pela Guy Laroche e Givenchy, Miyake fundou sua marca homônima em 1970 e fez história com seus plissados. De acordo com comunicado do Issey Miyake Group, a causa da morte foi câncer e não haverá funeral, por desejo do estilista.
Em 1999, o fotógrafo norte-americano Irving Penn publicou um livro que compilava criações do mestre japonês entre os anos de 1975 e 1998. Nas 160 páginas de “Irving Penn Regards the Work of Issey Miyake”, é possível mergulhar na harmoniosa relação artística entre os dois.
Por mais de uma década e em diferentes continentes, a obra mostra que o trabalho de um serviu de espelho para o trabalho do outro. Enquanto Issey oferecia formas e texturas a Irving, ele permitia que o estilista olhasse para seus designs como se fossem completamente novos. Não à toa, Miyake descrevia sua parceria intuitiva com o fotógrafo como um “entendimento silencioso”. Abaixo, relembre 10 looks clicados para o livro, selecionados pelo colecionador de revistas Julen Morrás Azpiazu (@julen_morras_azpiazu).
Para além de seus plissados icônicos e criações inovadoras, que uniam tecnologia e artesanato, Issey também conquistou clientes fieis fora da indústria da moda. Fun fact: entre os mais famosos estava Steve Jobs, co-fundador, presidente e diretor executivo da Apple até o ano de sua morte, em 2011. O suéter preto de gola alta, que era quase como um uniforme para o magnata e virou sua marca registrada, era uma das obras mais singelas do mestre japonês.