Pesquisa inédita realizada pelo Ipec a pedido da Pfizer aponta que cerca de 60% dos entrevistados têm visões equivocadas sobre a doença de pele Suzana de Almeida, criadora do perfil @MinhaVidaComDermatite
João Arraes
Caracterizada por descamações, vermelhidão e coceira, além de pele seca e sensível, a dermatite atópica ainda é pouco conhecida pela população. Na pesquisa “O que os brasileiros sabem sobre dermatite atópica”*, realizada pelo Ipec (Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria) a pedido da Pfizer, uma grande parcela dos entrevistados desconhecia a doença.
Com abrangência nacional, o levantamento on-line apontou que 60% dos participantes têm informações equivocadas ou insuficientes acerca do quadro, sendo que 36% o definem como uma alergia simples e 24% não sabem nada sobre a enfermidade. 41% dos entrevistados nunca ouviram falar a respeito, e essa porcentagem aumenta para 50% entre os homens e para 56% entre jovens de 18 a 24 anos. Cerca de 20% também não conseguem reconhecer um sintoma. Os números sinalizam o quanto é preciso conscientizar a população.
“A desinformação alimenta o preconceito, acarretando prejuízos emocionais aos pacientes”, comenta Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil. Quem sofre com enfermidade pode ser afetado pela falta de sono, estresse e incômodos constantes, sem contar os possíveis episódios de preconceito e bullying referentes à falta de informação — tem até quem acredite que se trata de algo transmissível. Além do estigma, a coceira insistente afeta diretamente a qualidade de vida por atrapalhar atividades comuns na rotina, isso sem falar no impacto negativo na autoestima por conta das lesões aparentes.
Soma-se a isso outro fator de complexidade, explicado aqui pela dermatologista Rosana Lazzarini, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD): “Trata-se de uma doença multifatorial, que envolve aspectos genéticos, ambientais e imunológicos. A dermatite pode estar associada a outras formas de atopia, como asma, rinite, conjuntivite alérgica, urticária e dermatite de contato. Por ser crônica, os pacientes confiam no tratamento para controlar as crises.” A médica aponta que é preciso olhar para a idade, extensão do quadro e localização das lesões antes de tomar a decisão de qual caminho seguir.
“Formas leves podem ser controladas com uso de medicações tópicas; já quadros moderados e graves requerem o uso de medicações imunomoduladoras, imunossupressoras, antibióticos, antivirais e eventuais internações. A fototerapia é um dos tratamentos possíveis: de forma controlada, há exposição à radiação UV a fim de diminuir o processo inflamatório da pele.” aponta a dermatologista.
Para a médica, um cuidado é indispensável no tratamento: a hidratação. “O paciente de dermatite atópica tem como base a pele seca, que é um fator envolvido no surgimento das lesões e da coceira. Desse modo, mantê-la hidratada é fundamental. Os banhos quentes e longos não são indicados, assim como as buchas ou esfoliações. A temperatura elevada da água altera a barreira cutânea, que é composta por várias substâncias e camadas, incluindo a gordura. A água quente e as buchas contribuem para a retirada dessa gordura e criam danos na barreira a longo prazo”, explica Rosana.
Os hidratantes auxiliam na manutenção e recuperação dessa barreira, mas é crucial olhar atentamente para a lista de ingredientes. A dermatologista indica soluções sem fragrâncias ou conservantes. Para ajudar a desmistificá-la, conversamos com três criadores de conteúdo que convivem com a doença. Veja a seguir:
Suzana de Almeida, 27 anos
@MinhaVidaComDermatite
O clima seco e os longos períodos de estiagem de Brasília costumavam ser muito desafiadores para Suzana de Almeida. Desde os seis meses, a professora sofre de dermatite atópica, uma doença multifatorial não transmissível caracterizada por descamação, vermelhidão e coceira desenfreada, além de pele seca e sensível. Para falar sobre o assunto, ela criou o perfil no Instagram @MinhaVidaComDermatite e, aos 27 anos, celebra o bom momento: a doença está controlada e aos poucos ela faz as pazes com o espelho, com o qual vive uma relação instável desde a infância. Com apenas sete anos, viveu uma crise que ficou marcada para sempre na memória. “A pele estava descamando bastante, meu corpo bem machucado e era doloroso olhar no espelho. Cobri todos da casa. Não queria me ver. Meu pai chegou do trabalho, viu a cena, me levantou e falou que eu era uma princesa”, lembra emocionada. Foi um divisor de águas – quando está passando por um dia ruim, lembra dessa história.
Com o perfil, Suzana quer evitar, por exemplo, que alguém repita a saga que enfrentou ao passar por quase cem médicos, entre dermatologistas e alergistas, até encontrar uma profissional para cuidar de seu caso. Não foram poucas as noites em claro por causa da coceira perturbadora e os dias em hospitais tratando as infecções de pele. Muitos profissionais chegaram a dizer que sua condição era tão grave que não adiantaria um tratamento. “Chegava ao consultório e recebia uma receita pronta. Um dos pontos mais difíceis é encontrar um médico que entenda a doença”, desabafa.
A dermatite atópica se manifesta na pele, mas o paciente frequentemente também sofre de asma e rinite alérgica. Então, visitas a pneumologistas sempre foram igualmente comuns, assim como a gastroenterologistas. Atualmente, seus cuidados diários têm como objetivo a manutenção. Isso inclui o uso de hidratantes e sabonetes específicos, além de antialérgicos e visitas aos médicos a cada seis meses. Recentemente, passou ainda por um processo de dessensibilização de alguns alimentos, mas segue com algumas restrições, como a derivados de ovo, trigo, castanhas e frutos do mar. Para manter seu quadro estável, Suzana faz também terapia e meditação semanalmente, porque o estresse e a ansiedade podem levar a uma crise. “Trabalho para que a mente não entre nesse lugar. A infância e a adolescência foram muito difíceis por conta da aceitação. Demorei para encontrar beleza em mim. Via só a doença, não conseguia enxergar a Suzana”, reflete.
Joy Moretti
Divulgação
Joy Moretti, 38 anos
@JoyMoretti
Desde criança, a jornalista se lembra das manchas vermelhas no rosto e no corpo. “Eu era a única pessoa que saía da aula de educação física com outra cor. Me incomodava muito, mexeu com a minha autoestima, especialmente na adolescência”, lembra Joy. Na época do diagnóstico, aos 17 anos, acreditava-se que poderia ser rosácea, mas uma dermatologista cravou o diagnóstico pela textura dos ferimentos. Mesmo assim, não faltaram palpites e outras opiniões indesejadas. “Cansei de experimentar coisas que falavam que iriam ajudar e não mudava nada”, conta.
Com o tratamento adequado, conseguiu controlar a doença e entender quais gatilhos poderiam levar a uma crise. Ela conta que costumava odiar a sensação do creme na pele, até que conseguiu incorporar o hábito. Além da hidratação, usa sabonete e protetor solar específicos para peles sensíveis, e guarda um frasco de água termal na geladeira – algumas borrifadas costumam aliviar a coceira.
Joy é uma amante de maquiagem e trabalha com a própria imagem ao criar conteúdo para as redes sociais, mas sua relação com os cosméticos sofreu mudanças por conta da condição. A questão é tratada na terapia: “Fico nervosa se estou com a dermatite atacada. Eu sou o tipo de pessoa que vai na padaria e na academia com maquiagem. É um trabalho de aceitação que faço com a psicóloga. Talvez, se eu não tivesse alergia, eu não ligaria tanto para skincare e autocuidado”.
Outro tema debatido no divã foi o uso de sua voz: ela já usa as redes sociais para falar de séries, maquiagem e maternidade — seu filho, Lucas, tem 14 anos —, mas recentemente adicionou o tópico “dermatite” à lista. “Comecei a pensar que era hipocrisia falar para as pessoas serem aceitas e eu mesma não conseguir me valorizar”, explica. Tem colhido bons frutos com a decisão, pois notou a acolhida da base de fãs e o aumento no número de followers por pessoas que sofrem de alergias ou estão curiosas para saber mais sobre o tema.
Lucca Louzas
Divulgação
Lucca Louzas, 22 anos
@luccalouzas
A história de Lucca com a dermatite atópica começou na infância, mas muito antes das lesões de pele, o videomaker sofria com crises de bronquite, sinusite e rinite. Com apenas 12 anos, viu manchas aparecerem por todo o corpo após uma viagem à praia, e foi então que começou a saga que o levou a mais de cem médicos, que logo descartaram a possibilidade de infecção viral ou bacteriana. Ele conta que o diagnóstico “foi muito intenso, veio como uma porrada. Minha pele ficava muito machucada e sentia muita dor. Achava que eu era o errado, sentia culpa e vergonha.”
As feridas nas dobras dos braços e das pernas sumiram na adolescência, e hoje a doença está controlada, mas eventualmente algumas marquinhas ainda teimam em surgir. A rotina de cuidados do passado perdura até hoje: nada de banhos quentes ou demorados e foco no uso de produtos para peles sensíveis, sabonetes neutros e hidratantes específicos. No seu quarto, cortinas, tapetes e almofadas estão proibidos.
Um momento que trouxe preocupações foi o início da vida adulta, quando estava cursando publicidade. A rotina agitada e a falta de descanso geraram crises agudas. “Já ouvi pessoas perguntando se eu tinha levado um soco. Mexia bastante com a minha autoestima. Eu passava base para esconder as manchas do rosto, mas o produto me dava mais alergia ainda”, lembra ele.
Para encontrar equilíbrio, Lucca lança mão das práticas esportivas, que exige algumas medidas para evitar que o suor cause irritações na pele: “Acabei de fazer exercícios, jogo uma água na cara e seco as dobras dos braços”. Estar em movimento é uma das maneiras que encontrou de praticar o autocuidado. O autocuidado passa também pela espiritualidade, e Lucca encontrou alento ao frequentar terreiros de umbanda. “Me ajuda a manter os pés no chão. Se estou em uma crise, olho para cima, peço ajuda e me acalmo.”
Créditos:
Foto: João Arraes (@joaoarraes)
Styling: Kaio Assunção (@kaioassuncao)
Beleza: Leila Turgante (@leilaturgante)
Direção de arte: Palmiro Domingues (@palmirodomigues)
Produção executiva: Marina Chicca (@marinachicca) e Marianna Nardon (@mamenardon)
Seleção e curadoria de influenciadores: Squid (@squidinfluencers) e Talita Azevedo (@azevedotalita)
*Referências:
1. Aoki V. et al; Consensus on the therapeutic management of atopic dermatitis – Brazilian Society of Dermatology; An Bras Dermatol. 2019;94(2 Suppl 1):S67-75 2. Wollenberg A, Barbarot S, Bieber T, Christen-Zaech S, Deleuran M, Fink-Wagner A, et al. Consensus-based European guidelines for treatment of atopic eczema (atopic dermatitis) in adults and children: part II. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2018 Jun;32(6):850-878. 3. Pesquisa de Opinião pública sobre dermatite Atópica. Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec). Maio-junho/2022.
Os depoimentos neste material são reais, foram coletados de forma consentida e não refletem necessariamente a opinião da Pfizer. A Pfizer não possui qualquer interferência nos relatos em questão.
PP-UNP- BRA-0670
João Arraes
Caracterizada por descamações, vermelhidão e coceira, além de pele seca e sensível, a dermatite atópica ainda é pouco conhecida pela população. Na pesquisa “O que os brasileiros sabem sobre dermatite atópica”*, realizada pelo Ipec (Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria) a pedido da Pfizer, uma grande parcela dos entrevistados desconhecia a doença.
Com abrangência nacional, o levantamento on-line apontou que 60% dos participantes têm informações equivocadas ou insuficientes acerca do quadro, sendo que 36% o definem como uma alergia simples e 24% não sabem nada sobre a enfermidade. 41% dos entrevistados nunca ouviram falar a respeito, e essa porcentagem aumenta para 50% entre os homens e para 56% entre jovens de 18 a 24 anos. Cerca de 20% também não conseguem reconhecer um sintoma. Os números sinalizam o quanto é preciso conscientizar a população.
“A desinformação alimenta o preconceito, acarretando prejuízos emocionais aos pacientes”, comenta Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil. Quem sofre com enfermidade pode ser afetado pela falta de sono, estresse e incômodos constantes, sem contar os possíveis episódios de preconceito e bullying referentes à falta de informação — tem até quem acredite que se trata de algo transmissível. Além do estigma, a coceira insistente afeta diretamente a qualidade de vida por atrapalhar atividades comuns na rotina, isso sem falar no impacto negativo na autoestima por conta das lesões aparentes.
Soma-se a isso outro fator de complexidade, explicado aqui pela dermatologista Rosana Lazzarini, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD): “Trata-se de uma doença multifatorial, que envolve aspectos genéticos, ambientais e imunológicos. A dermatite pode estar associada a outras formas de atopia, como asma, rinite, conjuntivite alérgica, urticária e dermatite de contato. Por ser crônica, os pacientes confiam no tratamento para controlar as crises.” A médica aponta que é preciso olhar para a idade, extensão do quadro e localização das lesões antes de tomar a decisão de qual caminho seguir.
“Formas leves podem ser controladas com uso de medicações tópicas; já quadros moderados e graves requerem o uso de medicações imunomoduladoras, imunossupressoras, antibióticos, antivirais e eventuais internações. A fototerapia é um dos tratamentos possíveis: de forma controlada, há exposição à radiação UV a fim de diminuir o processo inflamatório da pele.” aponta a dermatologista.
Para a médica, um cuidado é indispensável no tratamento: a hidratação. “O paciente de dermatite atópica tem como base a pele seca, que é um fator envolvido no surgimento das lesões e da coceira. Desse modo, mantê-la hidratada é fundamental. Os banhos quentes e longos não são indicados, assim como as buchas ou esfoliações. A temperatura elevada da água altera a barreira cutânea, que é composta por várias substâncias e camadas, incluindo a gordura. A água quente e as buchas contribuem para a retirada dessa gordura e criam danos na barreira a longo prazo”, explica Rosana.
Os hidratantes auxiliam na manutenção e recuperação dessa barreira, mas é crucial olhar atentamente para a lista de ingredientes. A dermatologista indica soluções sem fragrâncias ou conservantes. Para ajudar a desmistificá-la, conversamos com três criadores de conteúdo que convivem com a doença. Veja a seguir:
Suzana de Almeida, 27 anos
@MinhaVidaComDermatite
O clima seco e os longos períodos de estiagem de Brasília costumavam ser muito desafiadores para Suzana de Almeida. Desde os seis meses, a professora sofre de dermatite atópica, uma doença multifatorial não transmissível caracterizada por descamação, vermelhidão e coceira desenfreada, além de pele seca e sensível. Para falar sobre o assunto, ela criou o perfil no Instagram @MinhaVidaComDermatite e, aos 27 anos, celebra o bom momento: a doença está controlada e aos poucos ela faz as pazes com o espelho, com o qual vive uma relação instável desde a infância. Com apenas sete anos, viveu uma crise que ficou marcada para sempre na memória. “A pele estava descamando bastante, meu corpo bem machucado e era doloroso olhar no espelho. Cobri todos da casa. Não queria me ver. Meu pai chegou do trabalho, viu a cena, me levantou e falou que eu era uma princesa”, lembra emocionada. Foi um divisor de águas – quando está passando por um dia ruim, lembra dessa história.
Com o perfil, Suzana quer evitar, por exemplo, que alguém repita a saga que enfrentou ao passar por quase cem médicos, entre dermatologistas e alergistas, até encontrar uma profissional para cuidar de seu caso. Não foram poucas as noites em claro por causa da coceira perturbadora e os dias em hospitais tratando as infecções de pele. Muitos profissionais chegaram a dizer que sua condição era tão grave que não adiantaria um tratamento. “Chegava ao consultório e recebia uma receita pronta. Um dos pontos mais difíceis é encontrar um médico que entenda a doença”, desabafa.
A dermatite atópica se manifesta na pele, mas o paciente frequentemente também sofre de asma e rinite alérgica. Então, visitas a pneumologistas sempre foram igualmente comuns, assim como a gastroenterologistas. Atualmente, seus cuidados diários têm como objetivo a manutenção. Isso inclui o uso de hidratantes e sabonetes específicos, além de antialérgicos e visitas aos médicos a cada seis meses. Recentemente, passou ainda por um processo de dessensibilização de alguns alimentos, mas segue com algumas restrições, como a derivados de ovo, trigo, castanhas e frutos do mar. Para manter seu quadro estável, Suzana faz também terapia e meditação semanalmente, porque o estresse e a ansiedade podem levar a uma crise. “Trabalho para que a mente não entre nesse lugar. A infância e a adolescência foram muito difíceis por conta da aceitação. Demorei para encontrar beleza em mim. Via só a doença, não conseguia enxergar a Suzana”, reflete.
Joy Moretti
Divulgação
Joy Moretti, 38 anos
@JoyMoretti
Desde criança, a jornalista se lembra das manchas vermelhas no rosto e no corpo. “Eu era a única pessoa que saía da aula de educação física com outra cor. Me incomodava muito, mexeu com a minha autoestima, especialmente na adolescência”, lembra Joy. Na época do diagnóstico, aos 17 anos, acreditava-se que poderia ser rosácea, mas uma dermatologista cravou o diagnóstico pela textura dos ferimentos. Mesmo assim, não faltaram palpites e outras opiniões indesejadas. “Cansei de experimentar coisas que falavam que iriam ajudar e não mudava nada”, conta.
Com o tratamento adequado, conseguiu controlar a doença e entender quais gatilhos poderiam levar a uma crise. Ela conta que costumava odiar a sensação do creme na pele, até que conseguiu incorporar o hábito. Além da hidratação, usa sabonete e protetor solar específicos para peles sensíveis, e guarda um frasco de água termal na geladeira – algumas borrifadas costumam aliviar a coceira.
Joy é uma amante de maquiagem e trabalha com a própria imagem ao criar conteúdo para as redes sociais, mas sua relação com os cosméticos sofreu mudanças por conta da condição. A questão é tratada na terapia: “Fico nervosa se estou com a dermatite atacada. Eu sou o tipo de pessoa que vai na padaria e na academia com maquiagem. É um trabalho de aceitação que faço com a psicóloga. Talvez, se eu não tivesse alergia, eu não ligaria tanto para skincare e autocuidado”.
Outro tema debatido no divã foi o uso de sua voz: ela já usa as redes sociais para falar de séries, maquiagem e maternidade — seu filho, Lucas, tem 14 anos —, mas recentemente adicionou o tópico “dermatite” à lista. “Comecei a pensar que era hipocrisia falar para as pessoas serem aceitas e eu mesma não conseguir me valorizar”, explica. Tem colhido bons frutos com a decisão, pois notou a acolhida da base de fãs e o aumento no número de followers por pessoas que sofrem de alergias ou estão curiosas para saber mais sobre o tema.
Lucca Louzas
Divulgação
Lucca Louzas, 22 anos
@luccalouzas
A história de Lucca com a dermatite atópica começou na infância, mas muito antes das lesões de pele, o videomaker sofria com crises de bronquite, sinusite e rinite. Com apenas 12 anos, viu manchas aparecerem por todo o corpo após uma viagem à praia, e foi então que começou a saga que o levou a mais de cem médicos, que logo descartaram a possibilidade de infecção viral ou bacteriana. Ele conta que o diagnóstico “foi muito intenso, veio como uma porrada. Minha pele ficava muito machucada e sentia muita dor. Achava que eu era o errado, sentia culpa e vergonha.”
As feridas nas dobras dos braços e das pernas sumiram na adolescência, e hoje a doença está controlada, mas eventualmente algumas marquinhas ainda teimam em surgir. A rotina de cuidados do passado perdura até hoje: nada de banhos quentes ou demorados e foco no uso de produtos para peles sensíveis, sabonetes neutros e hidratantes específicos. No seu quarto, cortinas, tapetes e almofadas estão proibidos.
Um momento que trouxe preocupações foi o início da vida adulta, quando estava cursando publicidade. A rotina agitada e a falta de descanso geraram crises agudas. “Já ouvi pessoas perguntando se eu tinha levado um soco. Mexia bastante com a minha autoestima. Eu passava base para esconder as manchas do rosto, mas o produto me dava mais alergia ainda”, lembra ele.
Para encontrar equilíbrio, Lucca lança mão das práticas esportivas, que exige algumas medidas para evitar que o suor cause irritações na pele: “Acabei de fazer exercícios, jogo uma água na cara e seco as dobras dos braços”. Estar em movimento é uma das maneiras que encontrou de praticar o autocuidado. O autocuidado passa também pela espiritualidade, e Lucca encontrou alento ao frequentar terreiros de umbanda. “Me ajuda a manter os pés no chão. Se estou em uma crise, olho para cima, peço ajuda e me acalmo.”
Créditos:
Foto: João Arraes (@joaoarraes)
Styling: Kaio Assunção (@kaioassuncao)
Beleza: Leila Turgante (@leilaturgante)
Direção de arte: Palmiro Domingues (@palmirodomigues)
Produção executiva: Marina Chicca (@marinachicca) e Marianna Nardon (@mamenardon)
Seleção e curadoria de influenciadores: Squid (@squidinfluencers) e Talita Azevedo (@azevedotalita)
*Referências:
1. Aoki V. et al; Consensus on the therapeutic management of atopic dermatitis – Brazilian Society of Dermatology; An Bras Dermatol. 2019;94(2 Suppl 1):S67-75 2. Wollenberg A, Barbarot S, Bieber T, Christen-Zaech S, Deleuran M, Fink-Wagner A, et al. Consensus-based European guidelines for treatment of atopic eczema (atopic dermatitis) in adults and children: part II. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2018 Jun;32(6):850-878. 3. Pesquisa de Opinião pública sobre dermatite Atópica. Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec). Maio-junho/2022.
Os depoimentos neste material são reais, foram coletados de forma consentida e não refletem necessariamente a opinião da Pfizer. A Pfizer não possui qualquer interferência nos relatos em questão.
PP-UNP- BRA-0670