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Foi em 2021 que Stella McCartney, sempre à frente de seu tempo quanto à sustentabilidade na moda, anunciou que o couro estava morto e começou a pregar o uso do Mylo, um novo material semelhante ao couro, mas de origem vegetal, como o futuro da moda. Criado a partir de cogumelos, uma das formas de vida mais emblemáticas e cheia de usos do mundo, o Mylo – e outros derivados do material – começaram a ganhar a indústria.
Caderno de Moda Negócios: Stella McCartney lança roupas de “couro” de cogumelos, a nova matéria-prima da vez (Foto: Reprodução/ Instagram)
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Ainda existia uma dúvida se o “couro” de origem vegetal iria, de fato, vingar, para além das marcas sustentáveis. Será que os consumidores do luxo estariam dispostos a abrir mão de um material duradouro e tão tradicional como o couro?
Agora foi a vez da Balenciaga começar a investir no “couro” de cogumelos. Aparecendo primeiramente na coleção de Inverno 2022, a marca lançou um sobretudo criado com o material, nesse caso, chamado de EPHEA, uma alternativa orgânica e vegetal, criada exclusivamente para a Balenciaga a partir do Mycelium – mesma origem do Mylo, de McCartney. O material também usa uma quantidade muito inferior de recursos naturais, bem como reduz as emissões de carbono necessárias em relação ao couro. A ação vem na linha da Balenciaga de criar iniciativas de sustentabilidade, como o programa de revenda da marca.
Bolsas da Hermès criadas a partir de “couro” de cogumelos
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Outras marcas que tem investido no couro de cogumelos incluem a Hèrmes, Adidas e a Lululemon. A Kering, conglomerado de moda que abarca marcas como Gucci, Saint Laurent, Bottega Veneta e Balenciaga também tem apostado fortemente no material, então é esperado que novas marcas do grupo comecem a empregar o couro de cogumelos. Já a LVMH detém uma parcela da Stella McCartney, que também atua como consultora de sustentabilidade, o que deve refletir em novas grifes do conglomerado adotando o material no futuro próximo.