Como a perimenopausa – ou “segunda puberdade”, como também é conhecida entre os especialistas – afeta a pele? Nessa fase, o equilíbrio hormonal é interrompido, impactando não só a saúde facial, mas podendo também influenciar no humor, nos níveis de energia e no metabolismo. “Durante o período de transição para a menopausa, que geralmente se inicia por volta dos 40 anos (podendo variar de acordo com o organismo de cada pessoa), o estrogênio começa a diminuir, o que significa que os hormônios masculinos – testosterona e andrógenos – tornam-se mais dominantes”, explica a cirurgiã plástica e doutora em saúde da mulher Jo Mennie. “Isso muda a estabilidade da pele e podemos começar a ver alterações como acne ou sensibilidade.”
A menopausa é um momento de grandes mudanças no corpo e na mente da mulher, e ver a sua pele também se transformando pode incomodar. Por isso, entender como efetivamente cuidar dela durante esse período pode ser extremamente benéfico tanto para o bem-estar mental quanto para a própria pele. “Mulheres que nunca tiveram problemas até o início da perimenopausa podem experimentar questões como erupções, devido ao aumento da atividade das glândulas sebáceas em função da testosterona mais dominante, além de manchas vermelhas e ressecamento”, explica Mennie.
“À medida que as mulheres se aproximam da menopausa, há um estado constante de déficit de estrogênio. Essa perda, infelizmente, acelera o processo de envelhecimento, pois o estrogênio é crucial para a estimulação do colágeno e da elastina”, explica a médica. A elastina, também conhecida como estrutura da pele, e o colágeno, que fica entre essa “base de sustentação”, essencialmente começam a se desintegrar com o passar dos anos – e é aí que chega a flacidez, as rugas e a falta de volume e firmeza na pele.
Abaixo, Jo Mennie explica quais cuidados devem fazer parte da rotina de skincare de quem está passando pela menopausa. Confira!
Consultar um dermatologista ou especialista em cuidados com a pele neste momento crucial da sua vida é fundamental para manter a pele o mais saudável possível à medida que envelhece. Mennie diz que é um momento importante para garantir que o que você está fazendo em sua rotina de cuidados com a pele está realmente funcionando para você.
Nos anos que antecedem a menopausa, o estrogênio, colágeno e a elastina começam a desaparecer, reduzindo a espessura e o volume da pele. Ao entrar nessa fase, a produção de colágeno reduz em cerca de 1% ao ano. Seja qual for o sintoma da pele, é fundamental cuidá-la com uma abordagem mais direcionada e o médico dermatologista poderá indicar os tratamentos certos para as necessidades de cada pessoa.
“Se a paciente está sofrendo de acne devido ao aumento da produção de glândulas sebáceas, por exemplo, temos que tratar o que está acontecendo. Nesse caso, queremos minimizar as bactérias que provocam as espinhas e cravos e garantir que os poros não estão obstruídos”, diz ela. “A pele durante a menopausa costuma ser bastante seca, além de oleosa e acneica, e a maioria dos produtos direcionados à acne são super ressecantes.” A chave, diz ela, é encontrar cosméticos que sejam formulados com ingredientes hidratantes e que ajudem a controlar o excesso da oleosidade.
“O metabolismo da pele é reduzido à medida que você entra na menopausa”, diz Mennie. “Uma das funções do tecido cutâneo é atuar como uma barreira ao meio ambiente e manter a água dentro das células. Esse processo para de funcionar, e é por isso que as mulheres experimentam o ressecamento, e também porque o processo de envelhecimento pode acelerar já que você está mais exposta à ação do sol e da poluição”. A chave é garantir que a barreira seja reabastecida e protegida e que a hidratação seja uma parte fundamental da sua rotina de cuidados com a pele.
Além de utilizar ingredientes como ácido hialurônico, glicerina e ceramidas, evite qualquer produto com composição agressiva ou muito perfurmada, que também contribui para ressecar a face. “A esfoliação excessiva pode causar irritação na pele ressecada. Outra dica é evitar trocar de produtos o tempo todo”, aconselha Mennie.
O retinol é o melhor ingrediente para aumentar o colágeno e efetivamente “reverter parte do processo de envelhecimento”, por isso, é um bom adendo à rotina de cuidados com a pele. “Eu também recomendaria usar uma vitamina C de alta concentração”, diz ela. “Esses são dois ingredientes-chave estabelecidos pela ciência que realmente ajudarão a subir seus níveis de colágeno”. Do aumento da espessura da pele à redução das linhas finas, os iniciantes em retinol devem começar com uma dose baixa e aumentar gradualmente para usar formulações mais fortes. Usar um protetor solar também é indispensável, pois a pele da menopausa é mais vulnerável aos agressores externos e, como todos sabemos, ajudará a evitar mais sinais de envelhecimento em um futuro próximo.
Mennie também sugere que, para resultados mais efetivos, existem ainda tratamentos com alta tecnologia para ajudar a reverter o processo de envelhecimento. “O procedimento Profhilo é uma das minhas indicações favoritas, porque aumenta o colágeno e é um método simples. Ele é feito com a aplição de ácido hialurônico injetado na pele em duas etapas, com um mês de intervalo. Costumo indicá-lo pois o tempo de recuperação é baixo e os resultados visíveis”.
O segundo procedimento favorito da profissional é o Morpheus8, que combina microagulhamento com radiofrequência para estimular o colágeno, a elastina e melhorar a qualidade da pele em geral. “Você obtém um efeito lifiting ao redor da área da mandíbula. Ele é um pouco mais caro, mas é um tratamento de alto nível para essa faixa etária.” A dermatologista também indica o botox para ajudar a diminuior as rugas na parte superior do rosto e “tirar um pouco da tensão”.