Quando tinha 21 anos, Noemi Nicoletti conheceu Bruno na Alemanha, onde os dois viviam, e se apaixonou. Com quatro meses de namoro, no entanto, ele decidiu morar com o pai no Brasil, e viajou sem planos de voltar. O futuro da relação ficou incerto: será que o relacionamento sobreviveria à distância?
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A jornalista e teóloga, natural de Campinas, viralizou ao contar detalhes de sua história de amor no Twitter. A tread soma mais de 200 mil likes, de pessoas empolgadas com o desfecho do casal.
A seguir, a íntegra do depoimento de Noemi que vem encantando internautas nas redes sociai.
“Eu não sei se já contei pra vocês, mas eu namorei à distância uma vez. Nós estávamos há 4 meses juntos quando ele me disse que ia precisar mudar para outro continente. “Mas eu só queria que você soubesse que é muito especial para mim”, ele disse, enquanto meu mundo desabava.
Cheguei a perguntar: “Você está terminando comigo? Pq isso soou como um término”. Ele respondeu: “Não, é só que a gente nunca sabe como vão ser as coisas, né? Só queria que você soubesse.” E decidimos “tentar”.
Isso numa época sem smartphone, com webcam de centavos que só mostrava pixels no MSN Messenger. Mandar torpedo custava uma fortuna e isso com aquele tecladinho que você tinha que apertar 3 vezes no número 2 para escrever a letra C. Ele foi pro Brasil, eu fiquei na Alemanha. Ele passou a trabalhar o dia todo na empresa do pai e estudar na faculdade à noite, eu estudava alemão e tentava descobrir o que fazer da vida. Por causa do fuso horário, conversávamos de madrugada até o meu amanhecer.
Isso quase todo dia. Era pura agonia. Muitas vezes adormecia com o notebook ao meu lado na cama. Ele não tinha tempo livre quase nenhum. E sem perspectiva de fim. Eu não tinha planos de voltar ao Brasil. Ele não sabia quando ou se iria voltar para Alemanha.
Eu tinha 21 anos. Ele ia estudar 5 anos na faculdade, provavelmente conseguir um estágio, dali uma carreira. Ele sempre me contava como estava amando estar próximo do pai pela 1a vez desde que os pais se divorciaram quando ele tinha 4 anos. Amando a faculdade. Amando o Brasil. Eu no cinza e na solidão de um país estrangeiro cujo idioma eu mal sabia. Ir à igreja onde nos conhecemos me deixava melancólica. Eu não podia ver um garoto alto com mochila preta nas costas que achava que podia ser ele.
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Os 15 minutos caminhando no frio de -5 graus da estação de trem pra minha casa se tornaram extremamente longos porque ele costumava me acompanhar. Revirava olho para casalzinho apaixonado no bonde. Detestava aquilo. Todo dia eu me perguntava se valia a pena. Bem, não foi tudo ruim. Quando não tínhamos mais nada para fazer além de conversar, éramos forçados a… conversar. Sobre tudo. Sobre nada. A se conhecer. E ele lentamente foi se transformando de namorado para meu melhor amigo absoluto.
Mas e se no final fosse por nada? E se eu deixasse de conhecer outra pessoa pq estava “reservada” para ele, naquele limbo, por quantos anos mais? Eu ligava para ele trancada no lavabo de casa chorando. Quando aquela tortura ia acabar? Todas as vezes eu respondia para mim mesma que eu preferia morrer solteira do que desperdiçar essa chance. Ele era minha pessoa favorita do mundo. Cheguei a pensar que se alinhassem todos os rapazes do mundo diante de mim e eu pudesse escolher qualquer um, seria ele o escolhido.
Mas era um caso perdido. Pra mim ele era lindo, inteligente, educado, sério o suficiente, mas bem-humorado. Alto, moreno com olhos verdes, músico e fluente em pelo menos três idiomas. E sem mim no Brasil. Mais ou menos um ano depois, começamos a considerar seriamente que aquilo não podia continuar. Aquela situação estava horrível para nós dois. A insegurança, a falta de perspectiva, nos gerava conflitos. Os horários malucos que usávamos para conversar nos roubava toda vida social.
Algo precisava ser feito. Mas o quê? Terminar? Parecia não ter outro jeito. A questão estava em aberto e pesando muito na minha alma quando a mãe dele que morava na Alemanha convidou meus pais para assistirem um filme na casa dela. E eu pra ser babá do irmãozinho dele de 5 anos. Eu não tava a fim de ficar próximo da família dele com o climão que estava entre a gente, então quase desmarquei no último minuto. Mas lembrei que tinha falado pro irmãozinho que um dia ia lá brincar com ele e nunca tinha ido. Então fui.
Quando cheguei na casa da mãe dele, ela estava com o notebook na mesa da sala, conectada numa conversa com câmera com meu namorado. Ela falou pra eu sentar e conversar com ele. Constrangida eu respondi que não precisava, que eu e ele conversávamos quase todo dia. E esse era o momento para os “adultos” se divertirem. Disse que eu estava ansiosa para brincar com o menininho de 5 anos. Mas ela insistiu. E aí meu namorado começou a agir de forma muito estranha quando sentei na frente da câmera.
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Começou a rir e meio que engasgar de nervoso. Eu não sabia se ele estava emocionado por eu estar na casa da mãe dele ou o que estava acontecendo. Perguntei ‘Ué, você não foi trabalhar?’ Ele: ‘Não, hoje estou de folga’. E riu mais ainda. A mãe dele começou a falar emocionada atrás de mim: ‘filho, estou com tanta saudade!!! Como eu queria te dar um abraço!’ E saiu do cômodo em direção à cozinha, presumi que para chorar. Cinco segundos depois… Eu vejo na tela do computador a mãe do meu namorado abraçando ele. Meu cérebro precisou de uns dez segundos que pareceram minutos para tentar processar o que estava acontecendo. Ela foi teletransportada para o Brasil??? O que era aquilo?
Dez segundos depois eu estava no antigo quarto dele abraçando o palhaço que tinha voltado de surpresa para a Alemanha. Voltado mesmo, de vez, pra ficar. Por quê, se ele amava tudo no Brasil? “Senti que meu tempo na Alemanha ainda não tinha acabado. Deixei pra trás algo que eu amava mais.” (Tá, eu não sei mais se foram exatamente essas palavras, mas foi algo assim).
Em agosto fez 13 anos que tudo isso aconteceu e somos casados há 11 e temos dois filhos lindos. Passamos por um milhão de desafios e dificuldades desde então, mas ele continua sendo minha pessoa favorita, o garoto que eu escolheria entre todos do mundo enfileirados.
Um dos motivos pelo qual hoje em dia escrevo romances românticos é que acredito que o amor existe. Desse jeito, romântico, cheio de borboletas e amostras de redenção num mundo escuro e difícil. Imperfeito, só um vislumbre de um amor perfeito e maior. Mas ainda assim… lindo. O livro não é a minha história real, mas tem certas inspirações e, se vocês gostaram do meu jeito de contar histórias, podem gostar dele”.
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