A norte-americana identificada apenas como Chloe descobriu com 23 semanas que seu bebê tinha uma doença grave e que não sobreviveria após o nascimento. Por causa da lei antiaborto do Arizona, ela foi impedida de interromper a gravidez Uma mãe que vive no estado do Arizona, nos Estados Unidos, desabafou ao perder um bebê, que sobreviveu por apenas 44 horas, após ter sido forçada a levar a gestação adiante, mesmo sabendo que o feto estava com uma doença grave e que não iria sobreviver.
Identificada apenas como Chloe, ela conta que ficou feliz quando descobriu que estava grávida. De acordo com a People, durante uma consulta de rotina, ela descobriu que a criança tinha holoprosencefalia, uma má formação no cérebro. Embora existam vários tipos da doença, o bebê, de 23 semanas, desenvolveu o tipo mais grave, conhecido como holoprosencefalia alobar, que geralmente resulta em natimorto ou na morte do bebê logo após o nascimento.
Ao perceber que sua filha não viveria muito, a jovem de 22 anos ficou arrasada. “Nunca me senti assim em toda a minha vida”.
Naquele momento, as opções de Chloe eram limitadas, uma vez que no Arizona, não se pode realizar abortos em fetos com mais de 15 semanas. A opção seria viajar até um estado o qual pudesse fazer a cirurgia. “Quando meu médico se recusou a realizar o aborto, eu fiquei em choque e não conseguia dizer uma palavra. Me senti presa naquela situação.”
Ela ainda tentou sair do estado para realizar o aborto, mas teve consulta cancelada por causa de ameaças à sua segurança depois de compartilhar a história nas
redes sociais. A essa altura, já estava com 30 semanas e foi forçada a continuar com a gravidez.
“Fiquei mais deprimida do que já estava. Sabendo que agora teria que carregar o bebê até o fim. Não estava nos meus planos quando descobri o que estava errado. Naquela época, não queria sair da cama. Estava tão emocionalmente desapegado de minha filha, meu relacionamento, família, amigos… Eu só queria dormir o dia todo.”
Ela lembra que era doloroso responder perguntas sobre sua gravidez quando estava em público. “Quando saía as pessoas me faziam perguntas, como ‘Você vai ter um menino ou uma menina? Quando vai nascer? Eu respondia, mas sabia que o bebê não iria sobreviver.”
Laila nasceu em setembro de 2022. Embora ela já tivesse decidido que não iria querer segurar seu bebê por medo de ficar apegada, a mulher mudou de ideia. “Assim que ela nasceu, eu pensei que deveria ser a pessoa que a confortaria. Isso foi definitivamente difícil porque é inevitável não se apegar, não importa o que aconteça, não importa o quanto você tente dizer a si mesmo, eu sei o que vai acontecer.”
Laila não conseguia respirar corretamente e Chloe foi instruída a não alimentá-la porque ela poderia engasgar. Estava claro que Laila não viveria muito. Ela foi transferida para cuidados paliativos. “Ela sobreviveu por apenas 44 horas e foi difícil vê-la. Ela sentia dor o tempo todo.”
Nas semanas após o parto, Chloe foi diagnosticada com ansiedade e depressão pós-parto. “Não é justo, e não foi justo desde o início, nem para ela nem para mim. Se eu pudesse ter interrompido, eu teria feito isso.”