Ao descer da lancha e pisar na areia, tiro meu celular do bolso. A primeira reação é checar se há sinal no aparelho. Ops… “Tem Wifi?”, pergunto. “Aprenda a desconectar para se reconectar com a natureza”, escuto. PAH! A vida moderna nos obriga a ficar conectados 24 horas por dia, seja por questões pessoais ou de trabalho, e só de pensar que eu iria ficar off durante quatro dias, já batia um nervosismo… Depois do choque inicial e mais umas 347 olhadas pra tela (VAI QUE!), me dei por vencida e abstraí. Olhei a minha volta: espreguiçadeiras posicionadas de frente para um mar azul turquesa me encaravam quase como pedindo ‘curta esse momento, pelo amor!’. Adiante, vejo caiaques, quadra de vôlei, redes e uma placa onde leio: ‘Alimente sua alma com a natureza’
A frase resume um pouco da proposta de um novo destino que tem tudo para bombar no verão 2023: Ilha Corona. Localizada no Caribe colombiano, a apenas 40 minutos de barco da colorida Cartagena, o oásis tropical é voltado para o ecoturismo. A ilha paradisíaca – e superexclusiva – , criada pela marca global de cerveja Corona em parceria com a ONG internacional Oceanic Global, é livre de plástico descartável e incentiva os hóspedes a mergulharem em experiências únicas e imersivas.
Vista aérea da ilha
Renata Telles
E foi isso que eu fiz. Além de participar de atividades que incluíram conservação dos recifes de coral e a revitalização dos manguezais através de proteção, plantio e educação, fiz snorkeling, meditação e conheci o programa de restauração de tartarugas marinhas liderado pela unidade administrativa especial Parques Nacionales Naturales. Tudo foi pensado para que os turistas possam entender a importância de preservar a natureza. Vale ressaltar que as excursões foram examinadas pela Oceanic Global e parceiros locais a fim de garantir que os programas respeitassem o delicado equilíbrio da ilha e de seus habitantes.
Passeio pelos manguezais
Renata Telles
Por dentro da ilha sustentável
A Ilha Corona é a primeira com a chancela “Blue Verified”. O lugar ganhou o Selo Azul de três estrelas plástico zero da Oceanic Global por eliminar o uso de plástico descartável e adotar as melhores práticas operacionais sustentáveis em escala. Desde a construção até a produção de energia, o fornecimento de alimentos e as experiências dos hóspedes que estão no local, a sustentabilidade está no centro de cada decisão e pontos de contato da ilha.
Um dos ‘moradores’ da ilha
Renata Telles
O refúgio paradisíaco conta com painéis solares que alimentam até 70% das necessidades energéticas, estações de recarga de água no lugar de garrafas descartáveis, equipamentos de banho recarregáveis, separação de reciclagem e compostagem e bangalôs construídos com madeira de origem local.
A ilha possui apenas 10 bangalôs
Renata Telles
São apenas 10 bangalôs que acomodam 20 pessoas (2 hóspedes em cada). As ‘casinhas’ foram feitas de pinho Patula (o pinheiro em si é uma madeira certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC), que é reaproveitada de florestas de reflorestamento em Caldes e Antioquia, na Colômbia. Os espaços, amplos, funcionais e confortáveis, possuem cama king size, ducha ao livre e jacuzzi privativa (com vista para o mar, tá?!)
Todos os bangalôs têm jacuzzis
Divulgação
Imersão na gastronomia local
Os menus servidos no restaurante da ilha fazem uma verdadeira imersão na gastronomia local. Frutos do mar, as tradicionais arepas (espécie de pão de milho) e frutas locais aparecem em pratos criativos (e deliciosos) criados pelo chef chileno Christopher Carpentier, conhecido por sua participação como jurado no MasterChef Colômbia. Mas também há culinária mexicana e espanhola (com direito à paella gigante preparada em uma das áreas sociais).
Noite da Paella (os hóspedes são convidados a preparar o prato junto com o chef)
Divulgação
À noite, a ilha fica mais bonita ainda. E é quando as estrelas começam a iluminar o céu que os hóspedes são convidados a subirem no rooftop para apreciarem esse espetáculo da natureza. O som do mar só é quebrado durante algumas horinhas. O motivo é especial: os locais apresentam as danças típicas da Colômbia, como o gênero musical champeta.
Rooftop da ilha
Divulgação
Viagem que ‘desperta’
Mas e a internet? Ficou realmente off durante 4 dias? Quase. Há, sim, um sinal na ilha, disponibilizado somente na área de restaurante. No entanto, ele não é estável. Vai e volta e basta um ventinho para a conexão cair (ou seriam os funcionários que desligariam a rede para os hóspedes não serem sugados pela tela do celular? rs). A verdade é que não somos incentivados a usar a internet. Ainda bem. Após quatro dias imersa na natureza, a gente reaprende a ‘desligar’. ‘Reiniciamos’ a nossa ‘máquina’ com outro olhar. Tanto internamente, quanto com a natureza. Como dizia o colombiano Gabriel García Márquez: “Tudo é questão de despertar sua alma.”
* A ilha abre para os turistas a partir do início de 2023. Ainda não há informações de preços de pacotes, mas é possível fazer a sua inscrição pelo link no site.
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