🌿 Flavia Aranha SPFW N60: sustentabilidade e ancestralidade transformam o maior palco da moda brasileira
A Semana de Moda de São Paulo (SPFW N60), uma das mais importantes plataformas de moda da América Latina, recebeu um dos desfiles mais simbólicos e emocionantes desta temporada: a apresentação da Flavia Aranha, estilista reconhecida internacionalmente por unir sustentabilidade, ancestralidade e inovação estética. Em uma passarela que mais parecia um ritual de reconexão com a terra, Flavia apresentou uma coleção que ultrapassa os limites da roupa — é manifesto, cura e espiritualidade.
A proposta da Flavia Aranha no SPFW N60 reafirma o protagonismo da marca na moda regenerativa. Mais do que criar peças, ela cria sistemas — tecidos, pigmentos e processos que respeitam o tempo da natureza. O resultado é uma experiência sensorial que combina tecnologia verde, técnicas artesanais e uma reflexão profunda sobre o futuro do vestir.
🌱 A essência da coleção: o tempo como matéria-prima
O tema central da coleção apresentada no SPFW N60 é o tempo — tempo de plantar, de colher, de tingir e de se transformar. A designer propõe um novo olhar sobre o ritmo da moda, rompendo com a lógica da aceleração e do descarte. Em seu ateliê, cada peça é tratada como um organismo vivo, que nasce e amadurece de forma natural.
Os tecidos utilizados são 100% de origem natural, provenientes de fibras como algodão orgânico, linho e seda crua. O grande destaque fica para os tingimentos vegetais, técnica que Flavia domina com maestria. As cores surgem a partir de pigmentos obtidos de plantas brasileiras — casca de eucalipto, açafrão-da-terra, pau-brasil e folhas de mangueira —, revelando tonalidades suaves e terrosas que remetem à própria paleta do bioma nacional.
“Cada cor carrega uma história, uma memória e uma energia”, costuma dizer a estilista. Essa filosofia se traduz em roupas que parecem pulsar, como se estivessem conectadas ao ciclo da natureza.
🌸 Uma passarela de rituais e pertencimento
O desfile de Flavia Aranha no SPFW N60 começou com uma trilha sonora imersiva, marcada por tambores e cantos de origem afro-indígena. O ambiente remetia a uma floresta viva — sons de água, vento e folhas criavam uma atmosfera de acolhimento e espiritualidade. As modelos, de diferentes idades, corpos e tons de pele, caminharam descalças, simbolizando o retorno à terra.
Cada passo parecia um gesto de reverência. As roupas flutuavam em movimento orgânico: túnicas amplas, kaftans, saias fluidas e mantos com franjas longas criavam uma dança entre o corpo e o tecido. As texturas naturais e os acabamentos manuais destacavam o valor do feito à mão, um dos pilares da marca.
Ao final, o público foi convidado a silenciar — um momento de meditação coletiva, em que a passarela se transformou em espaço de pausa. Um ato simples, mas poderoso, que resumia a mensagem da designer: “a moda pode curar”.
🌾 Sustentabilidade regenerativa: mais que discurso, prática
O diferencial da Flavia Aranha está na consistência de sua proposta. Enquanto muitas marcas falam em sustentabilidade, ela pratica o conceito de forma sistêmica. A marca adota o ciclo produtivo regenerativo, que busca devolver à natureza mais do que retira dela. Isso inclui o uso de resíduos têxteis como insumo para novos tecidos, reaproveitamento de águas de tingimento e parceria com comunidades tradicionais.
A estilista também mantém uma estreita relação com cooperativas de artesãs e agricultores familiares. As fibras são cultivadas de forma agroecológica, e os processos de tingimento são feitos em baixa temperatura, reduzindo o consumo de energia. Essa rede de produção solidária dá origem a um produto final com alto valor simbólico e social.
No SPFW N60, a designer apresentou dados que comprovam o impacto positivo de sua atuação: redução de 80% no uso de água em comparação ao tingimento sintético e 60% menos emissão de CO₂. Cada peça carrega um QR Code que permite rastrear toda a cadeia produtiva — uma forma de transparência que reforça o compromisso com o consumidor consciente.
💧 A cor como linguagem da terra
Um dos elementos mais marcantes da coleção é o uso das cores naturais. Longe dos tons artificiais, o trabalho de Flavia transforma pigmentos em linguagem poética. Tons de areia, barro, folhas secas e céu ao entardecer compõem uma cartela que conversa com os biomas brasileiros, especialmente o cerrado e a mata atlântica.
Essa estética orgânica também se reflete nas formas. As modelagens são fluidas e acolhedoras, pensadas para se adaptar ao corpo e ao tempo. Não há gênero, estação ou tendência — há apenas harmonia.
A estilista acredita que a roupa pode ser uma ferramenta de cura emocional. O contato com tecidos naturais e pigmentos vivos gera bem-estar, conforto e sensação de pertencimento. “Quando vestimos algo que respeita o planeta, também estamos respeitando a nós mesmos”, sintetiza a designer em seu manifesto.
🌍 Moda e espiritualidade: o reencontro com o sagrado
No desfile da Flavia Aranha SPFW N60, moda e espiritualidade se fundiram em uma narrativa poderosa. A passarela foi concebida como espaço de reconexão — entre o humano e o natural, o presente e o ancestral. Essa dimensão simbólica coloca a marca em um lugar único na moda brasileira: o de quem produz beleza com propósito.
Flavia, que há mais de uma década pesquisa o poder das plantas tintoriais, vê na natureza uma mestra. Cada tingimento é um processo meditativo, um convite à presença. Esse olhar espiritual sobre o fazer manual conecta a estilista a tradições antigas e, ao mesmo tempo, a posiciona na vanguarda da moda ética internacional.
🧶 Inovação e tecnologia verde
Embora profundamente enraizada na tradição artesanal, a marca Flavia Aranha também investe em tecnologia verde. Em parceria com startups de bioinovação, ela desenvolve pigmentos extraídos de resíduos agrícolas e experimenta tecidos biodegradáveis. O objetivo é ampliar o alcance da moda sustentável sem abrir mão da autenticidade.
Durante o SPFW N60, a estilista apresentou uma linha de acessórios feitos com biocouro — material desenvolvido a partir de micélio de cogumelos. O resultado são peças leves, resistentes e totalmente compostáveis. Essa integração entre ciência e natureza reforça a relevância de Flavia como uma das principais vozes do movimento global de slow fashion.
💬 Repercussão e impacto cultural
A crítica especializada aclamou o desfile como um dos momentos mais inspiradores da temporada. Revistas de moda internacionais destacaram a coerência entre estética e propósito. Nas redes sociais, o nome Flavia Aranha SPFW N60 tornou-se trending topic, com elogios à mensagem de cura e à beleza natural das criações.
A apresentação também gerou reflexões sobre o papel da moda no mundo pós-consumo. Em um cenário em que o mercado tenta equilibrar inovação e responsabilidade, Flavia surge como exemplo de que é possível unir ética, arte e desejo.
🌺 Um convite à mudança
Mais do que um desfile, a Flavia Aranha no SPFW N60 foi um convite à transformação. Sua mensagem é clara: a moda precisa desacelerar, reaprender a ouvir o tempo da terra e valorizar o que é vivo. Em um mundo dominado por fast fashion e excesso, a estilista propõe o oposto — leveza, consciência e conexão.
O público saiu emocionado, ciente de ter presenciado não apenas uma coleção, mas um rito. Um lembrete de que vestir pode ser um ato político e espiritual.
A passagem de Flavia Aranha pelo SPFW N60 reforça a posição do Brasil como referência em moda sustentável. Ao unir design, ancestralidade e regeneração, ela mostra que é possível criar beleza com responsabilidade. Sua obra é um manifesto silencioso — mas de impacto profundo — sobre o poder da moda de curar, educar e transformar.







































